quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Blogosfera: Qual a utilidade dos Debates Virtuais?

Tem havido um esforço por parte de alguns blogueiros de fomentar o debate à volta de temas do nosso quotidiano. O mais recente caso está ligado à violência urbana, muito bem orquestrado por Tide (Obikuelu - Pedrabika) e Cia.

Muitos podem perguntar: qual resultados pode-se obter pela via do debate virtual?

Antes de mais, não se trata necessariamente de uma questão de obter resultados, pois os actos de cidadania valem por si só, isto é, o facto de já haver debate significa muita coisa, independentemente do alcance ou não dos fins que ela persegue: se há debate é porque há participação das pessoas.

Em segundo lugar, a participação das pessoas mostra também que está-se a perder a inibição (ou o medo até) de se comprometer pela via da escrita, que pode ter implicações maiores do que um simples mandar bocas.

Há ainda uma terceira implicação importante a salientar: quem participa num verdadeiro debate sente-se motivado a questionar e a pesquisar, de modo a contribuir de forma efectiva na sua construção. Trata-se, na verdade, de um processo que envolve aprendizagem, aprofundamento de conhecimento e troca de experiências, informações e habilidades (skills).

Claro está que o raio de acção e o nível de impacto dos debates virtuais na (ou da) blogosfera é, por ora, bastante limitado, em face do alto grau de exclusão virtual que nós temos. De qualquer modo, como se costuma dizer, é caminhando que se faz o caminho, e eu sou bastante optimista quanto ao papel que, num futuro não muito longínquo, os espaços de debate virtuais terão na formação da opinião pública e na capacidade de influência na tomada de decisões de interesse público.

1 comentário:

Unknown disse...

amigo Djoy, gostei da tua análise. Queria acrescentar é que há uma necessidade de debate e de acção enorme na nossa sociedade e as instituições que deviam liderar esse processo estão comprometidos com outros aspectos das cidadania e não conseguem, agilmente, tomar posição para questões como essa da violência urbana e assim nada fazem, falando pragmaticamente para conter o fenómeno. Daí que a iniciativa é por força dessa situação.
Com o debate online há sim uma menor penetração no seio da população mas neste caso especificamente os funcionários, público e privados ficaram sabendo, empresários e entidades ficaram sabendo, governantes e autarcas ouviram o nosso grito.

outro detalhe a considerar é que o que se diz fica escrito, não esvaí como nas conversas de bar.

Mais: muitos que usam a net passam a vida a enviar porcarias (FWD) de coisas engraçadas, mas inúteis, quando a web prova uma utilidade bem mais ampla e se em vez desse tipo de correspondência passarmos a dedicar mais tempo à consciência cidadã então estaremos a cozinhar uma consciência critica aguçada e com capacidade de intervenção.

Considero que a razão da não participação na marcha, por exemplo, deve-se antes de tudo às razões que aposta-te no blog do DJINHO e até à falta de solidariedade e não pela centralização do debate na net.

O importante e concordo contigo é que estamos a marcar uma caminhada.

Bali