terça-feira, 4 de dezembro de 2007

A verdadeira Força do Batuco Convencional

Foto: site do Olav Aalberg (http://home.no/tabanka)

Devo confessar que não sou dos mais entusiastas do Batuco convencional (aquele do canto, txabeta e torno). No entanto, deve reconhecer que caiu-me bem nos ouvidos o último trabalho do Grupo Terrero dos Órgãos, capitaneado pela Neusa Xubenga. Durante a apresentação do álbum, para não variar, no Programa do Stieve Andrade, ouvi duas músicas agradáveis: “Casamento” e “ Minina” (esta tem uma estrutura harmónica interessante que me lembra muito “Djokin Baru” de Xandu Graciosa).

De qualquer forma, penso que a grande força do Batuco convencional é o seu papel de integração e afirmação social das mulheres do interior da ilha de Santiago e das zonas sub-urbanas (ou rurbanas, se quiserem) da Cidade da Praia. Basta ver o perfil da pobreza em Cabo Verde para entender porquê: mulher, chefe de família, com baixo nível de instrução e que vive no meio rural.

Muitas mulheres (não todas!) que fazem parte desses grupos se encaixam neste perfil, e o batuco tem lhes permitido conquistar espaços e se afirmarem, coisa que, de outro modo, seria bastante improvável.

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