segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

2008: Alguns Desejos do Djaroz

Foto: www.pbase.com/jmcrosa/belmfogo_de_artifcio

Porque sonhar é preciso, o Djaroz tem alguns desejos básicos, para mais e para menos.

Para Mais

  • Mais união entre os artistas nacionais
  • Mais eventos culturais na capital do país
  • Mais membros na Blogosfera Nacional
  • Mais cultura e sociedade na Televisão Nacional

Para Menos

  • Menos Kaçubodis (o ideal seria nenhum!)
  • Menos Cortes de Energia Eléctrica (idem)
  • Menos politiquices na Assembleia Nacional (idem)

BOAS ENTRADAS A TODOS!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

"Têris ê ka Pêxi..."

Como estamos em tempo de festa e de alegria, hoje vou deixar-vos com uma interpretação minha (voz e violão) de uma música que eu adoro: o Têris ê ka Pêxi pa Xinti Txêru do Zézé di Nha Reinalda, que faz parte do seu Album Onti y Oji (1988).

Cliquem aqui e divirtam-se com esta música vibrante.

PS: Para quem não entende a variante de Santiago, Têris quer dizer "Posse; riqueza"

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

CD: O Valor da Capa

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Stieve Andrade: - Lutchy, kuzé ki bu tem pa fla pa kenha ki kopia-u es bu novo CD?

Mário Lúcio: - Ta fika ta falta kapa!

Programa Secção da Música – Rádio Comercial (Novembro 2007)

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Para muita gente, a capa de um CD é uma mera embalagem. No entanto, valorizar a capa de um CD significa conferir à música um valor que transcende o seu carácter puramente fonológico. Uma capa que se preze contém todas as informações sobre os homens e as mulheres que concorreram para a elaboração da respectiva obra.

Além disso, uma capa séria tem informações fidedignas sobre as músicas: o autor, o compositor, o intérprete, os instrumentistas, os arranjadores, etc. Isto permite evitar equívocos como “Kuzas di Korasson” de Ildo Lobo; “Lua” di Mayra Andrade; “Ma mbá des bes kumida da” di Lura; “Miss Perfumado” de Cesária Évora, etc, etc, etc,…

Um CD sem capa (por outras palavras, copiado), ou com uma capa pobre, é um CD sem alma. Um CD “sem” capa será, muitas vezes, só som, pois até as mensagens contidas nas canções podem não ser correctamente compreendidas, seja por problemas de dicção do intérprete seja por percepção errada de quem ouve.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Vale a Pena Ler de Novo!

A Blogosfera nacional tem muitos posts arquivados que merecem releitura. Hoje, vou destacar quatro:

1.Mudança de Cenário, de Chissana Magalhães (sopafla)

Em Setembro de 2004, Chissana Magalhães anunciava o seu regresso ao país. É interessante conferir, na altura, o seu primeiro olhar sobre as ilhas "fantásticas", após 3 anos de ausência.

2.Paz, de Amílcar Aristides - Tide (Pedrabika)

Em Abril de 2005, Tide fazia uma reflexão muito actual sobre a questão da segurança pública. Dê uma olhada novamente, vale a pena!

3.Ba....lanço e Ultimo de 2006, de Djinho Barbosa (sondisantiagu)

No final de 2006, Djinho Barbosa fazia o balanço cultural do ano que então terminava. Importa conferir o que ele disse nessa altura (o homem estava inspirado!).

4.Depoimento, de Paulino Dias (blogdopaulino)

Em Outubro deste ano, Paulino Dias fazia um depoimento relativo a um acto efectivo de cidadania, que deve servir de exemplo para todos nós. Aprecie novamente este post super especial.

Valeu ou não a pena?

Blogosfera: Qual a utilidade dos Debates Virtuais?

Tem havido um esforço por parte de alguns blogueiros de fomentar o debate à volta de temas do nosso quotidiano. O mais recente caso está ligado à violência urbana, muito bem orquestrado por Tide (Obikuelu - Pedrabika) e Cia.

Muitos podem perguntar: qual resultados pode-se obter pela via do debate virtual?

Antes de mais, não se trata necessariamente de uma questão de obter resultados, pois os actos de cidadania valem por si só, isto é, o facto de já haver debate significa muita coisa, independentemente do alcance ou não dos fins que ela persegue: se há debate é porque há participação das pessoas.

Em segundo lugar, a participação das pessoas mostra também que está-se a perder a inibição (ou o medo até) de se comprometer pela via da escrita, que pode ter implicações maiores do que um simples mandar bocas.

Há ainda uma terceira implicação importante a salientar: quem participa num verdadeiro debate sente-se motivado a questionar e a pesquisar, de modo a contribuir de forma efectiva na sua construção. Trata-se, na verdade, de um processo que envolve aprendizagem, aprofundamento de conhecimento e troca de experiências, informações e habilidades (skills).

Claro está que o raio de acção e o nível de impacto dos debates virtuais na (ou da) blogosfera é, por ora, bastante limitado, em face do alto grau de exclusão virtual que nós temos. De qualquer modo, como se costuma dizer, é caminhando que se faz o caminho, e eu sou bastante optimista quanto ao papel que, num futuro não muito longínquo, os espaços de debate virtuais terão na formação da opinião pública e na capacidade de influência na tomada de decisões de interesse público.

domingo, 16 de dezembro de 2007

A "Bundalização" do Batuco

Há dias, vi uma pequena actuação, ao vivo e a cores, de um famoso grupo jovem de batucadeiras que me lembrou muito o grupo “É o Tchan” do Brasil. A única diferença é que as moças que dançavam - ou melhor, rebolavam -, tinham a sulada e a saia gaita gaita em vez de Kolam ou Mats.

Indo por estes caminhos, chegará o dia em que a txabeta e o canto serão puro adorno.

Estou de Volta, São e Salvo!

Estou de volta à minha Praia Maria, após alguns dias por terras senegalesas.

Por falar em Senegal, não foi com espanto que recebi o artigo do Radar do Ultimo A Semana sobre o que a Miss Cabo Verde, coroada como Primeira-dama de Honor no recente concurso Miss CEDEAO, passou por lá. É que, normalmente, estas viagens ao Continente acabam se transformando em autênticas aventuras, muitas vezes com protagonistas recorrentes: TACV ou Air Senegal.

Por acaso, desta feita, fui beneficiado por aquilo que estas companhias (a Air Senegal neste caso) sabem fazer de melhor nesta rota: atrasos de voo. Se não fosse por isso, não chegaria a tempo de pegar o avião para Praia, após ter passado quatro horas na estrada a fazer o trajecto Sally Portudal (região turística de Senegal) – Aeroporto Leopold Senghor, muito por culpa de um tráfego rodoviário intenso, muito comum, segundo os locais, às sextas feiras, dia particular para os muçulmanos.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Duas Dicas

Dica 1

A Primeira dica refere-se aos artigos sobre "Melhores Práticas" da "Desafios", uma revista mensal de informações do IPEA (Instituto de Pesquisa Económica Aplicada - Brasil) e do PNUD. São vários exemplos de experiências que deram certo nos mais variados domínios. Talvez algum tenha a ver com o seu interesse. Veja aqui

Dica 2

Já que um dos assuntos quentes do momento na blogosfera é a violência urbana, deixo o link da página do Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da Universidade de São Paulo. Há lá teses, relatórios, resenhas, artigos, papers, capítulos de livros, etc..., sobre a experiência brasileira de lidar com o assunto. Veja aqui.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Vinte (20) anos de Edições de "Superinteressante" Grátis!!!


"20 anos de Super
A Superinteressante oferece todo o seu acervo de textos gratuitamente! São mais de 12 mil páginas com as matérias de capa e algumas das seções que construíram a história da revista. Em breve, todos os especiais, o restante das seções e o conteúdo integral das edições em 2005 e 2006 também estarão disponíveis. Só mesmo uma revista tão Super poderia fazer isso!"

Editora Abril

A revista Superinteressante (chamada popularmente de "Super"),ou Super Interessante no Brasil, é uma revista de curiosidades culturais e científicas, publicada mensalmente no Brasil pela Editora Abril desde Setembro de 1987
(Wikipedia)


Tenham acesso ao super arquivo da Revista através deste
Link da editora.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Do "Djunta Mon" ao "Connection"

Numa deslocação ao interior da ilha de Santiago, numa delegação de serviço, houve alguém que, ao ver uma pedra grande no meio da estrada, comentou que, em outros tempos, a população tê-la-ia já voluntariamente removido. Uma outra pessoa lembrou, no entanto, que, como as Câmaras Municipais pagam, a população vê o trabalho de desobstrução das estradas como uma fonte de rendimento.

Apesar de algumas mudanças no meio rural, não há dúvida, no entanto, que a mercantilização das relações sociais é um fenómeno marcante da nossa vida urbana e que tem provocado mudanças na natureza e âmbito do nosso capital social.

Por um lado, o capital social estrutural, caracterizado por situações de participação voluntária em acções colectivas com fins públicos (plantação de árvores, campanhas de limpeza, etc) ou privados (a ajuda na colocação da cobertura de laje nas casas – vulgo Betom), e que costumamos chamar de Djunta Mon, está progressivamente a ceder o lugar a um capital social cognitivo, isto é, o conjunto das relações ou contactos que um indivíduo possui em posições-chave e que lhe dá vantagens competitivas na luta por oportunidades criadas pelo crescimento económico. É o chamado Connection. Os fins são mais privados do que públicos e o seu âmbito restringe-se aos interesses do indivíduo em questão.

Por outro, o próprio capital social estrutural está a mudar de natureza. A vertente positiva conhecida por Djunta Mon passou a ter a companhia da vertente negativa dos Thugs, que são grupos que partilham certos valores (confiança interpessoal), normas e atitudes, mas com fins danosos para a sociedade.

São mudanças que merecem muita reflexão e acção, pois o capital social positivo tem sido considerado como um factor determinante do desenvolvimento das sociedades.

Quem quiser saber mais sobre as vertentes operacional e conceptual do capital social, seguem alguns links úteis.

Documentos tirados da Internet

Capital Social e Confiança: questões de teoria e método

Confiança Interpessoal e Comportamento Político

Capital Social e Democracia na América Latina: Análise Comparativa

Capital Social e Empreendedorismo


Sites Específicos (Capital Social e Desenvolvimento)

Social Capital Initiative (Banco Mundial) (em Inglês)

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

A verdadeira Força do Batuco Convencional

Foto: site do Olav Aalberg (http://home.no/tabanka)

Devo confessar que não sou dos mais entusiastas do Batuco convencional (aquele do canto, txabeta e torno). No entanto, deve reconhecer que caiu-me bem nos ouvidos o último trabalho do Grupo Terrero dos Órgãos, capitaneado pela Neusa Xubenga. Durante a apresentação do álbum, para não variar, no Programa do Stieve Andrade, ouvi duas músicas agradáveis: “Casamento” e “ Minina” (esta tem uma estrutura harmónica interessante que me lembra muito “Djokin Baru” de Xandu Graciosa).

De qualquer forma, penso que a grande força do Batuco convencional é o seu papel de integração e afirmação social das mulheres do interior da ilha de Santiago e das zonas sub-urbanas (ou rurbanas, se quiserem) da Cidade da Praia. Basta ver o perfil da pobreza em Cabo Verde para entender porquê: mulher, chefe de família, com baixo nível de instrução e que vive no meio rural.

Muitas mulheres (não todas!) que fazem parte desses grupos se encaixam neste perfil, e o batuco tem lhes permitido conquistar espaços e se afirmarem, coisa que, de outro modo, seria bastante improvável.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

PROPOSTA: PROGRAMA DE ARQUIVOS VOLTADO PARA A MÚSICA

Ontem, antes do início do Programa Grande Salto, pude rever com satisfação uma peça de uma tocatina de há alguns anos protagonizada por Humbertona, Nhelas Spencer, Betú, Quim Bettencourt e Body, assim como uma outra em que havia o Caloiro a cantar, na companhia de Ulysses Santos e Aurélio.

Acho que seria interessante engrossar a magra lista de programações da casa com um programa musical feito à base dos arquivos para podermos nos deliciar com tocatinas, actuações de artistas conhecidos nos festivais todo o mundo canta ou espectáculos feitos na Assembleia Nacional de há alguns anos.

É bom recordar que uma das grandes vantagens da TCV em relação às demais televisões de carácter nacional são os arquivos.